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poemas fofos

by Prof. Joshuah Ward Sr. Published 3 years ago Updated 3 years ago

Morrer de amor, de Maria Teresa Horta

O sucinto poema Morrer de amor, publicado pela escritora portuguesa Maria Teresa Horta na obra Destino, resume em alguns breves versos a sensação de arrebatamento experienciada pelos amantes.

Confissão, de Charles Bukowski

Esperando pela morte como um gato que vai pular na cama sinto muita pena de minha mulher ela vai ver este corpo rijo e branco vai sacudi-lo talvez sacudi-lo de novo: hank! e hank não vai responder não é minha morte que me preocupa, é minha mulher deixada sozinha com este monte de coisa nenhuma. no entanto eu quero que ela saiba que dormir todas as noites a seu lado e mesmo as discussões mais banais eram coisas realmente esplêndidas e as palavras difíceis que sempre tive medo de dizer podem agora ser ditas: eu te amo..

Vinte poemas de amor e uma canção desesperada (Excerto VIII), de Pablo Neruda

Sim não foi porque teus olhos tem cor de lua, de dia com argila, com trabalho, com fogo, e prisioneira tens a agilidade do ar, sim não foi porque és uma semana de âmbar, sim não foi porque és o momento amarelo em que o outono sobe pelas trepadeiras e és algum pão que a lua fragrante elabora passando sua farina pelo céu, oh, bem amada, eu não te amaria! Em teu abraço eu abraço o que existe, a areia, o tempo a árvore da chuva, E tudo vive para que eu viva: sem ir tão longe posso vê-lo todo: veio em tua vida todo o vivente..

Às Vezes com Alguém que Amo, de Walt Whitman

Às vezes com alguém que amo, me encho de fúria, pelo medo de extravasar amor sem retorno; Mas agora penso não haver amor sem retorno – o pagamento é certo, de um jeito ou de outro; (Eu amei certa pessoa ardentemente, e meu amor não teve retorno; No entanto, disso escrevi estas canções.)

Quando eu não te tinha, de Alberto Caeiro

Quando eu não te tinha Amava a Natureza como um monge calmo a Cristo. Agora amo a Natureza Como um monge calmo à Virgem Maria, Religiosamente, a meu modo, como dantes, Mas de outra maneira mais comovida e próxima … Vejo melhor os rios quando vou contigo Pelos campos até à beira dos rios; Sentado a teu lado reparando nas nuvens Reparo nelas melhor — Tu não me tiraste a Natureza … Tu mudaste a Natureza … Trouxeste-me a Natureza para o pé de mim, Por tu existires vejo-a melhor, mas a mesma, Por tu me amares, amo-a do mesmo modo, mas mais, Por tu me escolheres para te ter e te amar, Os meus olhos fitaram-na mais demoradamente Sobre todas as cousas. Não me arrependo do que fui outrora Porque ainda o sou..

Ama-me, de Hilda Hilst

Aos amantes é lícito a voz desvanecida. Quando acordares, um só murmúrio sobre o teu ouvido: Ama-me. Alguém dentro de mim dirá: não é tempo, senhora, Recolhe tuas papoulas, teus narcisos. Não vês Que sobre o muro dos mortos a garganta do mundo Ronda escurecida?

Teus olhos, de Octavio Paz

Teus olhos são a pátria do relâmpago e da lágrima, silêncio que fala, tempestades sem vento, mar sem ondas, pássaros presos, douradas feras adormecidas, topázios ímpios como a verdade, outono numa clareira de bosque onde a luz canta no ombro duma árvore e são pássaros todas as folhas, praia que a manhã encontra constelada de olhos, cesta de frutos de fogo, mentira que alimenta, espelhos deste mundo, portas do além, pulsação tranquila do mar ao meio-dia, universo que estremece, paisagem solitária..

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